Filagregord: Uma nova visão do Império Filatélico do Brasil



                                                                                                            


                                                                                                                                O Brasil Filatélico

 

Cartas, Envelopes e Fragmentos no Império e começo da Républica no Brasil - Parte I





As cartas, cartões, bilhetes, impressos e envelopes do Império são sempre muito interessantes. Como podemos ver na parte dos Olhos de boi deste mesmo site, os portes eram variados em decorrer do caminho da carta.
Sem falar muito aqui da historia postal geral, esta sera comentada em outra parte deste site, nos vamos aqui comentar sobre estas peças filatélicas.
Eu tentarei do melhor possivel ser claro e não me enganar, este site sendo libre comentàrios e ajuda serão sempre benvindas, assim poderemos fazer evoluir a filatelia brasileira e ensinar, assim que aprender.
As peças filatelicas serão numerotadas.
Agradeço desde ja, os amigos que me ajudaram nesta Odisséia e que me apoiam e apoiaram muito.

Obrigado desde ja à:


- La Filatélia Brasileira, ao amigo José Francisco de Paula Sobrinho pelos artigos da revista Filatelia Brasileira que muito me ajudaram.
- Aos amigos do forum SB que pelos comentarios destas peças em momentos passados puderam diretamente e indiretamente amelhorar minha evaluação sobre estas.

- Ao amigo e grande filatelista Paulo Comelli que nos falta à todos.
- Ao amigo Torres que me ajudou a uns dois anos na evaluação de alguns destes envelopes.


Começo então esta parte com uma peça filatelica interessante não pelo caminho que ela fez, nem por toda informação que ela contém, mas sobretudo pelo trabalho que ela deu para compreender-la ou ao menos avançar no estudo desta.


 

1 - Fragmento de uma carta com verticais (30 Réis e 90 Réis)


Neste pequeno fragmento podemos ver 3 carimbos bem nitidos do Correio da Bahia do 9 Março 1860. Ao lado coloquei a imagem do carimbo encontrado no catalogo Paulo Ayres de carimbologia, este catalogo um dos mais completos do tema é uma referencia.
Mesmo se neste catalogo não consta todos os carimbos do Brasil Império e que muito ainda fica a descubrir neste tema, podemos ja analisar um pouco este fragmento.

Além destes carimbos podemos ver neste fragmento 2 pares de verticais de 30 Réis, além de um selo vertical de 30 Réis e um outro de 90 Réis.



Imagem do fragmento:


Agora vamos ver alguns detalhes deste fragmento:

A - As medidas dos selos que são sempre importantes para identificar este como sendo falsos ou não.

- Os selos de 30 Réis tem as medidas de 14,5 x 19 mm.
- Os selos de 90 Réis tem as mesmas medidas sendo 14,5 x 19mm

B - Todos os selos possuem margens corretas e nos permetem de bem ver os guilhoches nas extremidades dos selos outro detalhe importante na identificação dos selos falsos.

- Vamos ver abaixo as imagens do microscopio dos guilhoches dos selos:


Imagens dos selos de 30 Réis:


1 - Alto direita 1° selo do 1° par                                               2 - Alto direita 2° selo 1° par


        



3 - Distancia e espaço entre os dois selos do 1° par                       4 - Entre o 3 e o 0 do 30 Réis 1° selo do 1° par

         




Imagens do selo de 90 Réis:



5 - Alto direita do selo de 90 Réis                                                6 - Alto esquerda do selo de 90 Réis

         




                                                           7 - Guilhoche ao redor do 9 do selo de 90 Réis


                                    


Podemos ver com estas imagens que os selos parecem originais sendo visivel de maneira mais clara nas imagens 1, 2, 3 e 6 que os guilhoches. Como podemos ver aqui no exemplo abaixo os guilhoches no alto na direita devem ter pequenos espaços entre eles e não estarem completamente colados na linha. Podemos ver na imagem abaixo exemplos de guilhoches falsos em comparação ao verdadeiro:




Mas não podemos parar aqui pelo momento, pois muitos falsarios fortes, habilidosos, verdadeiros artistas, trabalharam à procura da perfeição. Mas temos outros dados destes selos que nos permetem de dar profundidade ao nosso estudo.


Os selos verticais foram impressos em dois tipos de papéis.


1 - Papel acinzentado de 45 microns, porozo e mole. Este selo possede alguns traços de fibras azuis e é o mesmo papel que o papel tipo C dos inclinados. Papel fornecido pala firma Perkins, Bacon & Cia - Londres

2 - Papel médio fino amarelado de 55 microns, aspéro, tramado levemente e de cor amarelada.

Apos varios estudos e analises posso afirmar que este segundo vai bem com os selos do nosso fragmento.



Para terminar esta primeira parte do estudo deste fragmento podemos comparar as medidas.



As dimensões do desenho dos verticais são de 15 x 18mm. Mas os Olhos de Cabra também chamados "verticais" não possuem medidas uniformes. E é possivel encontrar exemplares com variadas medidas. Estas podem ficar em torno de:

Para a Altura: de 14,5 a 15 mm

Para a Largura de 18 a 19mm


Os selos do fragmento como comentado mais em cima esta com as medidas de 14,5 x 19mm. O que esta bem dentro das medidas dos selos verdadeiros.



O papel do envelope.


Podemos ver este papel de plus en plus em fragmentos, cartas e envelopes do Império. Deve-se ter muita atenção com este tipo de peça filatélica.
Este papel é de tipo Frances, papel linhado que foram utilizados também em folhas para escrever. Estes papéis eram por grande maioria filigranados, mas de mesmo modo que não podemos encontrar envelopes ou papéis de carta azul na época dos Olhos de Boi, este tipo de papél era raro em cartas brasileiras, e sobretudo nesta época.




Estudos dos carimbos:


Nesta imagem podemos ver o carimbo que esta no fragmento e o carimbo que esta no catalogo do Paulo Ayres de carimbologia. Apos procura em varios outros catalogos, sites ou estudos, não se encontra este tipo de carimbo da Bahia com pontos entre a palavra Brazil em nenhum catalogo conhecido. Não se encontra também na coleção que esta no catalogo de Henry Borden ou na coleção e no site do Paulo Comelli.
Mas foi possivel encontrar exemplos semelhantes deste carimbo na coleção do Senhor Klerman.

 


 
                               




O porte de 240 Réis corresponde bem ao porte se este fragmento foi parte de uma carta por terra entre 14 e 16 oitavas ou então pelo Mar entre 6 e 8 oitavas ou ainda se parcorreu Terra e Mar e que fazia entre 10 e 12 oitavas.
 
Na filatelia é sempre dificil dizer de sua propria peça filatélica "falsa", mas quando um colecionador, quando um filatelista consegue e faz é ai que podemos ver o valor que este da não somente a sua coleção, mas também à filatelia ela mesma. Pois ao meu ver é so assim que a filatelia crescera no Brasil. Graças aos grandes atores deste filme. Aos Klerman, Koester, Ferreira, Studart, José Francisco, Paulo Ayres, Comelli, Torres, Taveiras, Meyer e tantos outros grandes personagens que ajudam ou ajudaram à evolução da cultura filatelica brasileira. E graças também à grandes clubes e sites como a Filatelica Brasileira, o SB e também aos amigos fantasmaticos de hoje que serão os grandes de amanhã.


Aproveito também para dar a bibliografia deste estudo, assim que algumas referencias:


Catalogos:

Catalogo Historico dos selos do Império do Brasil - Studart, M.
Falsificações e fraudações na filatelia brasileira - Studart, M.
Catalogos de carimbologia : Koester e Paulo Ayres
Coleção Borden, H. ; coleção Klerman.
Catalogos : RHM, Sanchez e Santos Leitão


Revistas:

A filatelia brasileira
Cofi


Sites:

Abracar : http://abracar-carimbologia.blogspot.com.br/
Comelli : http://www.comelliphilatelist.com/index.asp
Agencias Postais : http://agenciaspostais.com.br/








 

2 - Carta do Rio de Janeiro para Buenos Ayres (Argentina)



Um pequeno descanço depois deste fragmento interessantissimo que tivemos o prazer de estudar. Vamos agora brincar com uma cartinha que não viajou muito e que teve uma vida simples e tranquila. Esta carta viajou do Rio de Janeiro para a Argentina (Buenos Ayres) e possui nela além da cinta da Republica de 20 Réis verde imprimida nela, dois selos do tipo cruzeiro, certamente RHM 70a.








Podemos dizer então.

Cita da Republica "Cabeça da Liberdade". Posso dizer para as pessoas que colecionam cintas que o RHM 2012 é bem interessante pelas informações e medidas que ele da sobre elas.
O mais dificil para identificar este aqui é que ele esta entre o RHM CT-7 e o RHM CT-9, mas apos ver bem, tanto as medidas quantos as possibilidades podemos tirar uma conclusão.

A medida da palavra correio é de 11,0 mm. e as medidas do 0 e do 2 são de 2,8 mm para o 0 e de 2,9 mm para o 2. (Imagens 1 e 2)
O angulo do oval é mais pontiagudo que os outros. (Imagem 3)
O fecho da nossa cinta é agudo (Imagem 4)




Image 1 : Medida do 2.                                                          Image 2 : Medida do 0.

                 


                                                                                           

                                                                                            Image 3 : Angulo do oval.


                                                    



Podemos ver na imagem 4 que segue que o fecho é bem obtuso




Imagem 4 : Vemos bem o fecho obtuso do envelope e que o nivel dele é alto e não chega até o baixo deste.






Podemos então identificar esta Cinta Republicana como sendo uma "Cabeça da Liberdade" em alto relevo e sem barrete frigio. Sendo que não temos nesta cinta o oval interrompido e adicionando todas as caracteristicas citadas até agora, podemos dizer que é o RHM CT - 8: 20 Réis verde, tipo I, fecho obtuso.


O Porte:

Agora vamos falar um pouco do porte esta Cinta viajou como ja comentado do Rio de Janeiro para a Argentina (Buenos Ayres). na data de Setembro de 1894.





 

3 - Carta : Brasil para França 1884


Caros amigos visitantes colecionadores ou curiosos. Hoje venho para postar uma cartinha muito interessante e que morre de vontade de nos contar uma historia.

O começo da viagem desta carta foi em P. do Cimento, onde ocorreu os primeiros carimbos, um sobre o envelope e o outro sobre um selo Dom Pedro cabeça grande RHM 56 (A). Estes dois carimbos são datados de 30 Janeiro 1884. Apos ela foi para o Rio de Janeiro onde chegou no mesmo dia, podemos ver dois carimbos diferentes do Rio que mostra bem esta primeira etapa da viagem (B).


 

Carimbo P. do Cimento (30 Jan 84) - (A).                                                                       Carimbos do Rio de Janeiro de dois tipos :
Rio de Janeiro (4) e Rio de Janeiro (3.N.).
Ambos da mesma data : 30 Jan 84 - (B)

 

             

 
 
  • Esta primeira imagem mostra os carimbos de P. do Cimento que se encontra por duas vezes nesta carta que tem uma historia muito interessante. Ja a segunda imagem é uma imagem dos carimbos do Rio de Janeiro onde a carta chegou no mesmo dia que o de partida do P. do Cimento.

A Ponte do Cimento também dita Ponte de Cimento "Municipio de Pirai" :
 

MUNICÍPIO DE PIRAÍ

O Curato de Santana do Piraí foi criado em 15 de outubro de 1811 e deu origem à Freguesia de Santana do Piraí em 17 de outubro de 1817, subordinada a São João do Príncipe (atual Rio Claro).  Em 6 de dezembro de 1837 foi elevada à Vila de Santana do Piraí, desmembrada de Rio Claro. Elevada à cidade em 17 de outubro de 1874, seu nome foi simplificado para Piraí.

Localizada no estado do Rio de Janeiro.


origem do artigo : http://agenciaspostais.com.br



 

Imagem da carta


 

 
A aventura desta carta não termina aqui e na época não se terminou no Rio de Janeiro.  Como podemos ver na proxima imagem, esta carta levou um carimbo vermelho do tipo : Paquete de cor vermelha datado do dia : 1 Fevr 84 e do tipo Paq. Fr. J. N°3 ou seja : O Paquete Estremadure. Na parte historia postal deste site podemos ver a repartição dos 3 Paquetes mais conhecidos entre a França e o Brasil. Carimbo vermelho de tipo francez. Do lado a imagem do carimbo tirada do Catalogo de carimbologia Paulo Ayres. Este carimbo é considerado como um carimbo de origem, ele demostra a origem ou seja : Rio de Janeiro ; mostra o meio de locomoção ou seja : O paquete mais precisamente pelo : Sénégal cujo a historia esta marcada mais em baixo ; e mostra a chegada, chegou na França.



 

  
 


 



 

Carimbo CH 1878 Paulo Ayres - carimbo de escala de linha maritima PAQ. FR. J : Rio de Janeiro cor vermelha - Catalogo Maury (2009) - (P4). Este tipo de carimbo foi efetivo até 1887-91.

 


"Le Sénégal"
 

 

caractéristicas:

  • Paquebot postal
  • Longura: 125 métros
  • Largura: 10,06 métros
  • Peso cheio: 2425 toneladas
  • Movimento: 4882 toneladas
  • Capacidade: 222 en cabines et possibilidade de 1200 trabalhadores sobre a ponte.
  • Propulsão: uma maquina à 3 cilindros e uma tripla expansão apos 1897
  • Força: 1900 CV e 2400 CV après 1889
  • Rapidez: 13 noeuds
  • 1 hélice
     

Historia : Lançado no dia 18 de Setembro de 1870 na cidade de Ciotat na França. Irmão do Niger outro grande Paquebot, com o qual ele segurou a linha da América do Sul. A primeira viagem do Sénégal foi em direção de Alger na Argéria em junho de 1872. O atrazo desta foi devido à Guerra Franco-Alemã. No 25 de Julho 1872 fez uma primeira viagem na América do Sul, em direção de Buenos Ayres na Argentina. A partir de 1888, foi afetado à linha Egito-Siria. Transportou o chefe de batalhão Galliéni futuro Marechal em Outubro de 1886 para Dakar. Transportou também os primeiros turistas Olympicos moderno para athenas em 1896. Em Setembro de 1901, apos ter deixado o porto de Marselha com 175 passageiros, o Sénégal teve de fazer meia volta, devido a um caso de peste no navio. Apos uma semana de quarantena pode continuar a viagem. O politico Raymond Pointaré futuro presidente da França fazia parte desta viagem. No dia 3 de Abril 1913, ele percute uma mina aquatica perto de Smyrne. 4 pessoas morreram. Julgado irreparavel ele é demolido (1).

 

Companhia das Messagens Maritimas, (1872 - 1913) ; imagem do Paquebot Sénégal

 
le paquebot Sénégal
  
 


   O naufragio do Sénégal em 1913 (1)

salle à manger du sénégal



 
A destinação final deste envelope foi Senlis departamento da Oise na França : o carimbo de chegada certifica esta no dia 22 de Fevereiro de 1884 e no segundo levantamento como é indicado também no mesmo carimbo. Seja menos de um mês depois de ter saido do P. do Cimento, municipio de Pirai no Rio de Janeiro. O porte desta carta esta conforme a legislação da época. Mas abaixo o carimbo de chegada :



 




Carimbo tipo D16p - Carimbo de provincia com levada (2°) efetivo de 1883-1900 Catalogo Maury (2009).






Imagem recto verso da carta completa.






 

4 - Carta Brasil para Argentina : Bahia - Buenos Ayres


Em produçao e estudo

Começo aqui um novo estudo. Este vai dar um pouco mais de trabalho que os primeiros. Esta carta teve uma curta viagem, mas esta curta viagem foi devidamente carimbada. Podemos quase dizer tão bem carimbado que até complica o estudo.

Vamos começar este estudo fazendo uma pequena revisão historica do porte e das convenções postais da época.

 

A Convenção Postal Brasil-Argentina



- Entrou em vigor no dia 26.12.1873, por meio do Decreto nº. 5.507. A carta foi transportada pelo primeiro vapor (falaremos mais tarde) e depois da entrada em vigor da Convenção Postal pactuada entre os dois países. Se o transporte tivesse sido efetuado por barco francês a carta estaria amparada por Convenção Postal e o valor do porte duplo seria de 380 réis, pagos na origem e apenas até o porto de entrada.

- Avançando pelos anos subseqüentes do período imperial, vamos deparar com a adesão do Brasil ao Tratado de Berna – União Geral dos Correios (G.P.U.) - em 17.03.1877 e cuja promulgação se deu pelo Decreto nº. 6.581, de 25.05.1877. Suas cláusulas e condições entraram em vigor no território brasileiro em 1.07.1877. O porte simples para qualquer destino, dentre os países signatários, foi estabelecido em 260 réis e o registro de uma carta em 200 réis.

- No Almanaque Laemmert, edição de 1879, página 399, a Diretoria Geral dos Correios do Brasil fez publicar nova comunicação pública. Referia-se à assinatura do Tratado de Berna, do qual o Brasil passara a ser signatário, explicando como se comportariam a tarifas postais para os países que não pertenciam a União Geral dos Correios (G.P.U.), assim então denominada.

- Tarifas das Taxas a que ficam Sujeitas as Correspondências de e para os Países Estrangeiros. As taxas das cartas e mais objetos de ou para os países que não pertencem à União continuam, por enquanto, a serem as mesmas até hoje exigidas, se esses objetos tiverem de ser expedidos pelos paquetes britânicos e por intermédio do Correios Inglês. As taxas das cartas e mais objetos que tiverem de ser expedidos pelos paquetes nacionais ou pelos paquetes franceses e por intermédio do Correio de França são as seguintes na razão de 15 gramas ou fração de 15 gramas para as cartas e de 50 gramas ou fração de 50 gramas para jornais, amostras, etc.


Confederação Argentina


- Cartas franqueadas, pelos paquetes nacionais 300 réis, pelos paquetes franceses 400 réis, e por qualquer outra condução (menos os paquetes ingleses) 100 réis. O prévio pagamento do porte é obrigatório e até o porto de desembarque.

- Cartas não franqueadas, vindas de lá pelos paquetes nacionais, 300 réis, pelos paquetes franceses, 400 réis, e por qualquer outra condução, menos os paquetes ingleses, 100 réis.
- Jornais, outros impressos e amostras, qualquer que seja a condução (menos paquetes ingleses), 40 réis. O prévio pagamento do porte é obrigatório......

- * Um aviso de dezembro de 1877, publicado no “Boletin des Postes” nº. 105, dá conhecer que a Confederação Argentina passou a ser denominada de República Argentina.
No seguimento do texto desse Aviso outros países são especificamente tratados explicitando as tarifas postais a serem cobradas pelo Correio do Brasil. São eles: Shang-hai, China (menos Shang-hai), Santa Lucia e Granada, Nova Zelândia, Nova Gales do Sul, Terra da Rainha Victória, Austrália Meridional, Austrália Occidental e Tasmania.  

Fecha o Aviso o seguinte texto: “...Outros lugares não mencionados acima – Cartas franqueadas 580 réis, via Panamá 700 réis, via Brindisi 620 réis. O prévio pagamento do porte é obrigatório. Cartas não franqueadas vindas de lá 700 réis, via Panamá 820 réis, via Brindisi 740 réis. Jornais, outros impressos e amostras de mercadorias 120 réis, via Panamá 160 réis e via Brindisi 140 réis. O prévio pagamento do porte é obrigatório”.
 
- Lamentavelmente, uma vez mais a editoria não publicou a data do aviso. Algumas questões então se fazem necessárias analisar; porque não o publicara na edição do ano de 1878, já que o Tratado de Berna estava em vigor desde 1.07.1877? Estamos novamente diante da situação de uma publicação tardia? A mim parece que sim... Pelas razões já explicitadas mais acima não pude realizar pesquisas no Rio de Janeiro, nos Jornais da Corte da época.

- Contudo, foi encontrada uma carta de Pelotas para Montevidéu, datada de 5.11.1877, com porte de 300 réis. Porte esse para Cartas não Sujeitas a Convenções Postais quando transportada por barco brasileiro de acordo com normas desse último Aviso Público (ver a carta na Fig. 18). E outra carta datada de 25.07.1877 para Buenos Aires com porte de 400 réis, transportada por barco francês (ver a carta na Fig. 19). A descoberta dessa última carta nos remete ao estreitamento da busca pela data original da publicação do Aviso Publico referenciado, estando ela, pois, provavelmente entre 1.07.1877 e 25.07.1877 ou até mesmo em data pouco anterior a 1.07.1877.

- Por decorrência do Tratado de Berna, todas as convenções postais anteriores firmadas pelo Brasil com Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Estados Unidos e Espanha perderam validade em razão de serem eles partícipes do referido Tratado. Países com os quais o Brasil possuía Convenção Postal anterior e Não Aderentes ao Tratado de Berna foram Argentina, Chile e Peru. O Uruguai, também não aderiu ao Tratado de Berna e não havia firmado Convenção Postal anterior alguma com o Brasil. Nesses casos passaram a valer as tarifas postais explicitadas no Aviso Público do Correio do Brasil de 1877.



Argentina e historia postal com o Brasil (*).


- Este país foi signatário de primeira hora do Tratado de Berna (G.P.U.) em 16.07.1877. O anúncio dessa adesão estava inicialmente previsto para 1.09.1877. Contudo, pediu postergação, em razão do atraso na aprovação pelo Congresso Nacional Argentino, do referido Tratado o que fez com  ele só fosse firmado em 1.04.1878 e as tarifas G.P.U. só entraram em uso a partir de 1.07.1878. A Argentina foi signatária original da Convenção Postal Universal, celebrada em Paris, na data de 1.08.1878, e essas novas tarifas entraram em vigor em 1.04.1879.

Desta maneira, as relações postais do Brasil com Argentina, nesse período, podem ser resumidas da seguinte forma:

a) De 1.7.1877 (Brasil - Tratado de Berna) até 1.04.1878 (data da adesão Argentina ao Tratado de Berna) os portes para aquele país obedeceram à Convenção Postal existente entre os dois países, em força desde 26.12.1873, que explicitava no Art. 2º o valor da franquia de acordo com “o porte territorial do país de sua procedência...”. O porte simples no Brasil era de 100 réis, quando transportadas por paquete inglês e as cartas eram então classificadas como Sujeitas a Convenções Postais. Alternativamente, no caso de a carta ser conduzida por barco francês, seguia as regras estipuladas pelo Aviso de 1877 que dizia ser o porte de 400 réis.

b) De 2.04.1878 até 1.04.1879 (entrada da Argentina na UPU) tarifas postais foram estabelecidas de acordo com a Convenção Postal estabelecida em Berna, qual seja; carta com porte simples do Brasil para Argentina: 260 réis.

c) A partir de 2.04.1879 a Convenção Postal Universal determinou que as cartas deste para aquele país passassem a pagar o valor de 200 réis para o porte simples.


Historia da nossa carta.

Então com esta pequena parte de historia postal, ja temos o que falar.

Para começar esta carta fez a viagem como dito anteriormente, do Brasil (Bahia) para a Argentina (Buenos Ayres), ela saiu da Bahia em 11 de Maio 1889 ou seja depois de "2.04.1979"(*)c. Podemos dizer que o porte de duzentos réis pago com um Dom Pedro cabeça grande tipo RHM 57, esta correto para a época e esta ja é uma boa étapa para nosso estudo.

Sobre o selo tempos um carimbo da Bahia, carimbo bem claro e tirado a uma cor violetada bem fraca. Este carimbo tem data de : 11 Mai. 89 . Como podemos ver na imagem abaixo.

O carimbo da Bahia do tipo circular é certamente e ao meu ver original. E é comum que os carimbos da época e sobre tudo nestas cores frageis e fracas, ficam com o tempo bem mais fracas que as titas das escrituras a pena da época.

 

 

Interessante também este carimbo 3° circular, não catalogado nem no Paulo Ayres, nem no Klerman. O relativo deste envelope é da mesma cor que os carimbos Bahia circular comentados logo antes. Este carimbo é do tipo convencionais e oficiais. Este tipo de carimbo foi emitido entre 1876 e 1885. Do 3° so se conhece nos catalogos p 3° no interior de um pequenino retangulo, so se conhece do tipo circular os valores 1° e 2° todos os dois emitidos a partir de 1885. Esta carta sendo de 1889 é provavel que este carimbo não tenha sido catalogado ou devido a raridade dele da época ou então ao fado que os autores da época não tinham exemplos destes para os catalogarem. Comparando este com os tipo 1° e ,2° vemos que ele parece bastante.

 

Carimbo 3° circular sobre a carta estudada

 


 

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